Transportes Metropolitanos reduzem pegada de carbono com investimentos em sustentabilidade

Iniciativas pioneiras promovem práticas eco-friendly no sistema de metrô, trem e ônibus intermunicipal  À medida que a preocupação global com […]

Iniciativas pioneiras promovem práticas eco-friendly no sistema de metrô, trem e ônibus intermunicipal

 À medida que a preocupação global com as mudanças climáticas se intensifica com os eventos extremos do clima, os Transportes Metropolitanos de São Paulo se destacam na adoção de práticas sustentáveis para reduzir significativamente a pegada de carbono da região metropolitana (RMSP), a maior em adensamento populacional da América Latina. Por meio da Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), 8,5 milhões de passageiros são transportados diariamente pelos ônibus da EMTU, trens do Metrô e da CPTM e pela Estrada de Ferro Campos do Jordão, no interior do Estado.

Com o apoio das empresas vinculadas à STM, o setor tem passado por uma transformação notável, concentrando esforços em iniciativas eco-friendly que visam tornar o sistema mais sustentável. O compromisso é em liderar o caminho em direção a uma mobilidade urbana mais verde e eficiente, com exemplos claros de incorporação de veículos elétricos na frota de transporte público, reduzindo significativamente a pegada de carbono e promovendo a adoção de tecnologias limpas.

Metrô de SP: menor emissão de CO2, maior eficiência energética

A sustentabilidade é o norte dos projetos de expansão da rede de metrô. O modal usa energia limpa e traz benefícios sociais e ambientais. Só no último ano, o funcionamento do Metrô de São Paulo – vinculado à STM – evitou a emissão de 648 mil toneladas de CO2 na atmosfera e gerou ganhos sociais de R$12,99 bilhões. Além de ter promovido redução de emissões de carbono em 3% em 2023 com relação ao ano anterior (de 22 mil para 21 mil tCO2). E todo ano os indicadores têm melhorado.

Entre as ações aplicadas, destacam-se as iniciativas de eficiência energética e redução do consumo de tração dos trens, que resultaram na queda da energia utilizada. Mesmo com o incremento de 7% da demanda de passageiros de 2022 para 2023, houve uma redução no consumo de energia para operação, indicando ganho de eficiência energética. O consumo de energia de tração por carro/quilômetro caiu mais de 20% entre 2015 e 2023: variou de 3,41 kWh/carro.km para 2,72 kWh/carro.km em 2023.

Não é à toa que o Metrô está na lista das 100 empresas mais influentes em mobilidade urbana, desde o último mês, por sua agenda ESG (meio ambiente, social e governança). O reconhecimento é baseado em estudo desenvolvido pelo Parque da Mobilidade Urbana, da Plataforma Connected Smart Cities, em parceria com o Mobilidade Estadão. 

Vale destacar também os testes realizados com turbinas eólicas nos túneis da Linha 2-Verde, em parceria com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), com o objetivo de encontrar soluções sustentáveis que possam ser escaladas no sistema. Durante os testes foram gerados 2kw/dia com o deslocamento de ar pela movimentação dos trens – o que é suficiente para iluminar túneis ou uma estação de médio porte, por exemplo.

CPTM: investimento no passageiro e em compromissos ambientais
A CPTM definiu como um dos objetivos estratégicos do plano de negócios a promoção da sustentabilidade visando a conformidade ambiental, ecoeficiência e economia de baixo carbono. Para cumprir com o compromisso assumido, foram definidas como metas a implantação do Sistema de Gestão Energética até 2025 e a realização de estudos visando redução de impactos de mudanças climáticas até o final do próximo ano.

No âmbito das ações em andamento a CPTM trabalha para viabilizar a elaboração do inventário de gases do efeito estufa e foi convidada a participar da 3ª edição do Hackathon Mackenzie 2024 como empresa parceira. O evento acontecerá entre 22 e 26 de abril e tem como objetivo mapear, quantificar e propor ações para redução ou mitigação de fontes de emissão de gases do efeito estufa no processo de manutenção da CPTM, sendo que a área escolhida para este estudo foi o Pátio da Lapa.

Pensando em minimizar o impacto ambiental do transporte ferroviário na construção de um futuro renovável e de uma economia sustentável, só em 2023 foram destinadas mais de 4 mil toneladas de materiais inservíveis a leilões e doações, promovendo a reutilização e a reciclagem dos mesmos. A CPTM também se comprometeu, por meio de convênio, a reduzir impactos de mudanças climáticas até 2025, por meio do inventário de emissões, eficiência energética e licenças ambientais para todas as linhas operadas.

Exemplo recente desse esforço é que um dos maiores complexos de manutenção de trens da CPTM – o Pátio Eng. São Paulo, que atende às linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade – passará por obras de melhoria e contará com produção de energia solar por meio de placas fotovoltaicas, com capacidade de injeção de energia na rede elétrica de 566,7 MWh/ano. Além disso, por meio de um programa de infraestrutura verde, a empresa cadastra e gerencia árvores, faz manejo de vegetação e atua em restauração florestal, contemplando demarcação de espécies matrizes, coleta de sementes, plantio de mais de 145 mil mudas de árvores nativas e erradicação de espécies invasoras.

EMTU: Tecnologias menos poluentes no transporte sobre pneus

Presente em 134 municípios do Estado, com mais de 900 linhas de ônibus, a EMTU tem adotado tecnologias menos poluentes com a implantação de 96 trólebus no sistema de transporte metropolitano sob sua gestão no ABC desde sua origem. Na região, também está prevista a construção do BRT-ABC, um corredor exclusivo que irá operar 92 ônibus com tecnologia limpa, totalmente elétricos e não poluentes, conectando o ABC à capital e ao sistema de trens metropolitanos, Corredor Metropolitano ABD e Expresso Tiradentes. Além disso, está em andamento, por meio de convênio firmado com a USP, o projeto operacional de ônibus movidos a célula a combustível hidrogênio e usina de produção de hidrogênio por eletrólise da água, uma tecnologia isenta de emissões de poluentes.

Outro projeto interessante do ponto de vista de sustentabilidade é o Veículo Leve Sobre Trilhos da Baixada Santista (VLT), o primeiro VLT elétrico do Brasil, com emissão zero de poluentes, que contempla projetos de compensação ambiental com restauração ecológica e plantio de árvores, visando contribuir para a recuperação de unidades de conservação do estado e revitalização da paisagem urbana de Santos, nas áreas de canteiro central, praças e junto às estações de embarque, além do entorno das áreas de intervenção do modal. Foi com essa visão de pioneirismo no uso de tecnologias limpas nos sistemas de ônibus do Estado que, há cinco anos, os pontos de parada de ônibus da Região Metropolitana de Campinas, no Corredor Biléo Soares, proporcionam economia de energia e redução de emissões de CO2 por meio de energia solar com 20 placas fotovoltaicas.

Por fim, a EMTU não deixa de lado o aspecto social das comunidades em que atua. A empresa oferta aos passageiros, anualmente, cerca de 300 ações sociais, culturais, educativas e de saúde. Por meio de parcerias, realiza programas como o Arte nos Terminais, Giralivro (de incentivo à leitura) que já doou mais de 25 mil livros, campanhas de promoção de saúde, arrecadação de recicláveis nos terminais e unidades da empresa e campanhas de conscientização.

Secretaria dos Transportes Metropolitanos

A STM cuida diariamente do transporte de 8,5 milhões de passageiros, na média dos dias úteis. São passageiros que usam os ônibus gerenciados pela EMTU, além dos trens do Metrô, da CPTM e das linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda, estas quatro últimas concedidas à iniciativa privada. A Estrada de Ferro Campos do Jordão, no interior do Estado, também é responsabilidade da STM.